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Coletiva da Santa Casa de Jaú: renúncia da mesa, números no vermelho e apelo para que o Estado assuma


01/09/2025

 

População segue apreensiva, mas atendimentos continuam enquanto se define quem comandará o hospital.

A manhã desta segunda-feira (1º) foi de alerta máximo para a saúde de Jaú e região. Em coletiva de imprensa, a Santa Casa de Misericórdia de Jaú confirmou a renúncia coletiva da Mesa Administrativa e expôs, em números, a gravidade do déficit financeiro que vem pressionando o hospital. O clima foi de inquietação entre prefeitos da região, vereadores — entre eles Paulo de Tarso e Rafaela Hernandez presentes — e usuários do Sistema Único de Saúde que acompanharam a transmissão pela internet – a Página Central da Notícia fez a cobertura ao vivo, compartilhada na página do Jaumais..

“Minha opinião: melhor o Estado vir tocar”

No pronunciamento de abertura, o provedor Alcides Bernardi Júnior — na diretoria desde 2010 — resumiu o momento com franqueza:

“Estamos em déficit e cada vez aumenta mais. Minha opinião seria melhor o Estado vir tocar. Hospital não se toca só com conversa, precisa de dinheiro.”

Segundo ele, 92% dos atendimentos são pelo SUS, mas o financiamento não acompanha os custos. O déficit mensal gira em torno de R$ 1,8 milhão e a dívida total passa de R$ 40 milhões com o sistema bancário. Ele citou tentativas de obter socorro em Brasília e junto ao governo do Estado, sem solução concreta até agora. Também lamentou ataques pessoais:

“Estou cansado de ouvir que sou ladrão; que tem que ter auditoria. Da minha parte, é irreversível. Vou renunciar.”

Quem renunciou

A renúncia alcança toda a Mesa Administrativa (mandato 2023–2026):

  • Provedor – Alcides Bernardi Júnior
  • Vice-Provedor – Antônio Ângelo Rossi
  • 1º Secretário – Dr. Carlos Roberto Guermandi Filho
  • 2º Secretário – Dr. João Pacheco Galvão de França
  • 1º Tesoureiro – Adhemar Galvanini
  • 2º Tesoureiro – Adilson de Carvalho. santacasajahu.com.br

Conforme comunicado pelo hospital, o Conselho Fiscal também anunciou renúncia junto com a Mesa.

“Receita não cobre o custo”

A administradora Scila Carretero detalhou o quadro operacional e financeiro:

  • 1.445 funcionários no total;
  • 222 atuam no Pronto-Socorro (PS) — custeado pela Prefeitura;
  • Repasse municipal de R$ 3 milhões/mês para o PS, insuficiente diante do volume de atendimentos e da alta de insumos e folha;
  • Receitas não cobrem os custos; crescimento de procedimentos e contratações pressionou a despesa.

Scila explicou cenários institucionais:

Se a Irmandade for dissolvida, o município entra como interventor e negocia com o DRS.
Se o Estado assumir, a Santa Casa tende a operar como hospital referenciado de alta complexidade, e o Pronto-Socorro teria de ser municipal.

Números apresentados pela contabilidade

O setor contábil exibiu um painel com dados desde 2023, discriminando:

  • Repasses por convênio, transferências do município e emendas parlamentares;
  • Custeio (folha, encargos, utilidades), compra de medicamentos e materiais;
  • Passivos acumulados com FGTS, INSS e fornecedores.

Houve menção à perda de convênios — como a Unimed — que reduziu receita privada; simultaneamente, a demanda pública aumentou. Há ainda especificidades de carga horária por categoria (30h/24h/36h semanais) que, combinadas ao volume de serviços, elevam a necessidade de pessoal.

Inscrição de chapas, intervenção e futuro da gestão

Alcides informou que a mesa protocolou renúncia em 25 de agosto. O processo de inscrição de chapas para uma nova diretoria está aberto até 13 de setembro. Sem candidaturas, o estatuto permite intervenção do município — que então pode manter a gestão, transferi-la ao Estado ou licitar uma OS para administrar.

“Se não aparecer ninguém, vai ter intervenção do município. Aí vão decidir se ficam com o hospital ou passam para o Estado. A população não pode ficar desassistida.”

Vai fechar? E o PS?

O provedor descartou fechamento imediato:

“Não há motivo para pânico. O hospital, com quase 300 leitos, não vai fechar. O Pronto-Socorro continua. Se não for aqui, o município terá de manter um PS municipal. A saúde é obrigação do Estado e do município — não da Irmandade.”

Por que o rombo cresceu?

  • Subfinanciamento crônico do SUS versus complexidade dos casos;
  • Aumento de custos hospitalares (medicamentos, materiais, pessoal);
  • Queda de receita de convênios privados;
  • Produção elevada (“leitos lotados, corredores cheios”).
    Avaliado recentemente, um plano de saúde próprio (“Santa Casa Saúde”) foi considerado inviável no momento, pelo alto custo e pelo histórico de carteira privada que já deixou a instituição no passado.

O que acontece agora (para a população)

  1. Atendimentos seguem: hospital e PS continuam operando; não há “apagão” imediato.
  2. Até 13/9: prazo para novas chapas.
  3. Sem chapa: intervenção municipal prevista; cenário alternativo é assunção pelo Estado ou OS contratada.
  4. Risco principal: manutenção do financiamento — o déficit de R$ 1,8 milhão/mês precisa de solução estrutural (contrato firme, ampliação de repasses e/ou reequilíbrio de produção/custos).
  5. Transparência: a direção afirma ter levado a situação a Brasília e ao governo estadual; espera-se definição política e orçamentária nas próximas semanas.

População segue apreensiva, mas atendimentos continuam enquanto se define quem comandará o hospital.

ÍNTEGRA DA COLETIVA NA TRANSMISSÃO DA CENTRAL DA NOTÍCIA – COMPARTILHADA NO JAUMAIS”

 
 
Sindicato da Saúde Jaú e Região
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