Brasília recebeu uma imensa multidão para acompanhar a cerimônia de posse.

 

Na primeira quebra de protocolo, o presidente Lula chamou o vice-presidente Geraldo Alckmin e sua esposa Lu Alckmin para desfilarem no já famoso Rolls Royce que é usado em toda cerimônia de posse.

 

Durante o seu discurso no Congresso Nacional após assinar o termo de posse e se tornar oficialmente o 39º presidente da República falou sobre a importância da democracia após o governo Bolsonaro e com os seus apoiadores que pedem a volta da ditadura.

 

"Sob os ventos da redemocratização, dizíamos ditadura nunca mais. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer democracia para sempre", falou.

 

Bolsonaro, dias antes, foi embora do país, alguns dizem ter medo de ser preso logo. Lula disse que não tem clima de revanche, mas quem cometeu erros terão que pagar.

"Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a nação a seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus erros com direito à ampla defesa, dentro do devido processo legal", disse Lula.

Lula aproveitou para criticar os desmontes em várias áreas do governo e disse que entregará para todos, deputados, senadores, ministros do STF e centrais sindicais o relatório da transição sobre como eles receberam o governo.

 

Subida na rampa

 

Quando, em 2003, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto, o presidente que estava de saída, Fernando Henrique Cardoso, esperou Lula e passou a faixa presidencial, o clima de um país democrático, algo que Bolsonaro não consegue ser. Na sua ausência, a cerimônia teve uma das imagens mais lindas.

 

Lula subiu a rampa, acompanhado da primeira-dama, Janja, com a cachorrinha Resistência, que estava no acampamento Lula livre, do vice-presidente Geraldo Alckmin e sua esposa Lu Alckmin, e os mais belo dos simbolismo, com a presença de pessoas que representam o povo brasileiro, com negros, criança, mulheres, pessoas com deficiência e indigena.

 

As pessoas que subiram a rampa e realizaram a passagem da faixa presidencial foram:

 

 

Francisco, 10 anos, morador de Itaquera

Aline Sousa, 33 anos, catadora

Cacique Raoni, 90 anos

Wesley Rocha, 36 anos, metalúrgico

Murilo Jesus, 28 anos, professor

Jucimara Santos, cozinheira

Ivan Baron, que tem paralisia cerebral

Flávio Pereira, 50 anos, artesão

 

Destaque para Aline Sousa, catadora desde os 14 anos e membro do Movimento Nacional dos Catadores de Reciclagem (MNCR), que colocou a faixa no presidente da República, representando as mulheres negras. Mãe de sete filhos, Aline é a atual presidente da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF e Entorno (Centcoop-DF). Ela também é responsável pela Secretaria Nacional da Mulher e Juventude da Unicatadores.

 

Outro destaque é o Cacique Raoni de 90 anos, que é líder do povo Kayapó, é reconhecido internacionalmente e articulador na defesa dos direitos dos povos originários. Raoni foi atacado pelo então presidente Jair Bolsonaro na ONU e ainda perdeu a sua esposa para a covid.

 

 

 

 

Fonte:  Redação Mundo Sindical / Foto: Ricardo Stuckert - 02/01/2023