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COMO SOBREVIVER NA CRISE - 4: Controle sua vida financeira, faça seu orçamento pessoal!

Você já chegou ao fim do mês com a impressão de que o seu salário acabou cedo demais? Você já se deparou com sua conta corrente no negativo e se deu conta de que não tinha a menor ideia de onde o seu dinheiro foi parar? Se você respondeu afirmativamente às perguntas anteriores é sinal de que suas finanças pessoais estão fora de controle.

Em geral, as pessoas não tem ideia de como gastam seu dinheiro e esta falta de controle é uma das principais razões do endividamento das famílias brasileiras.Se eu te perguntasse qual o percentual da sua renda você gastou com lanches e cafezinhos nos últimos três meses você saberia responder? Saberia dizer o quanto suas despesas fixas representaram no seu último salário?

Pode parecer neura, mas tenho plena convicção de que é o controle sobre as finanças pessoais que separa as pessoas que são capazes de dirigir a própria vida daquelas que são “levadas pela vida”. O aspecto financeiro não é, absolutamente, o mais importante na vida, mas é um fator determinante para a qualidade de vida do sujeito e não deve ser negligenciado. Não se trata tanto de ganhar muito, mas de administrar bem o que se tem. Se você não for capaz de controlar sua vida financeira, fatalmente se tornará refém dos acontecimentos e imprevistos e perderá sua liberdade de escolha.Quando não controlamos nossa vida financeira, nossas possibilidades ficam muito reduzidas e passamos a viver de “quando” e “se”: quando eu tiver dinheiro farei tal coisa; se sobrar dinheiro farei aquela viajem; etc. Além disso, se as finanças pessoais estão fora de controle,torna-se mais complicado gerenciar os imprevistos e sobreviver aos tempos difíceis. Dissemos, por exemplo, em artigo anterior, que para quitar dívidas você deve eliminar despesas, mas você saberia dizer quaisdespesas podem ser cortadas? Também já dissemos que você deveria viver com apenas 90% do seu salário e economizar os 10% restantes, mas você saberia identificar quais itens do seu orçamento podem ser “espremidos” para gerar poupança? Pois é, é fundamental que você conheça bem as variáveis de sua vida financeira e é aí que entre a dica de hoje: Controle sua vida financeira, faça seu orçamento pessoal!

Orçamento pessoal não é nenhum bicho de sete cabeças. Consiste no controle das receitas e das despesas da pessoa. É uma ferramenta de gerenciamento financeiro que permite identificar os “ralos” pelos quais o dinheiro do mês escapa. Com base no orçamento pessoal é possível estabelecer metas, prioridades e tomar decisões mais racionais, as quais permitem que os objetivos sejam alcançados mais rapidamente. A seguir listaremos quatro passos básicos para construir seu orçamento pessoal de maneira prática e descomplicada:

1º passo – Registre todas as despesas do mês!

Uma vez que você tenha se decidido a elaborar seu orçamento pessoal, a primeira coisa a fazer é elaborar o diagnóstico da sua situação financeira. Antes de tudo, é preciso entender como “estão as coisas”. Para tanto, você deve anotar todas as despesas que tiver dentro do período de um mês. Mas atenção, é para anotar TUDO mesmo! Pelo menos no primeiro mês você deve ser disciplinado a fim de que o “diagnóstico” seja o mais preciso possível. Foi à padaria, anote quanto foi gasto. Tomou um ônibus, anote o que foi gasto. Foi ao supermercado, anote. Comprou uma balinha do menino do semáforo, anote. Seja impiedoso, cada centavo conta!

O mesmo deve ser feito em relação às contas fixas, aquelas que encaminham faturas mensalmente. Chegou a fatura de energia elétrica, anote. Chegou a conta de telefone, anote. O banco descontou a tarifa de mensalidade, anote! Pode parecer chato, mas é uma questão de hábito. Na contabilidade das empresas esses registros são feitos diariamente, são os chamados “lançamentos de Diário” e são eles que garantem a exatidão das contas do negócio e a correta apuração do resultado. O que estamos propondo é que você adote esse procedimento para as suas finanças pessoais, afinal de contas,sua vida é a primeira coisa que deve ser gerenciada!

O método de registro não tem muita importância, você pode carregar um caderninho e anotar as despesas assim que ocorrerem ou pode solicitar notinhas e recibos e fazer o lançamento ao final do dia ou ao termino da semana. Desde que as anotações sejam feitas, tanto faz. Você pode anotar as despesas no bom e velho caderno ou pode utilizar planilhas do Excel ou aplicativosde celular. O lado bom das planilhas e dos aplicativos é que os cálculos podem ser feitos mais facilmente, mas o importante mesmo é que o método escolhido seja prático para você. Mais uma vez, o importante é que tudo seja registrado!

2º passo – Envolva a família!

Para ter efetividade, o ideal é que o orçamento seja elaborado em família, em conjunto com todos os moradores da casa, seria o chamado “orçamento familiar”. A razão disso é que, em geral, os membros da família utilizam o mesmo espaço e dividem os mesmos serviços. Por exemplo, toda a família faz uso dos serviços de energia elétrica, internet, água, etc.

É preciso definir responsabilidades e pactuar quem pagará cada uma das contas. Serão todas custeadas pelos pais ou os filhos podem assumir algumas despesas? O modo de gerir e partilhar as despesas cabe a cada família, mas é importante que as decisões sejam pactuadas para que ninguém “se torne um peso”, evitando assim que questões financeiras provoquem desentendimentos familiares.

3º passo – Organize, classifique e analise!

Ao término do primeiro mês, você terá o “estrato” de todas as despesas que foram necessárias.Esse será o retrato da sua situação financeira. Agora, é preciso que as contas sejam organizadas por grupos de afinidade, possibilitando melhor compreensão da composição do seu orçamento.

A primeira coisa a fazer é observar se o montante total das suas despesas ficou acima, abaixo ou no mesmo patamar dos seus rendimentos. Se você tem acompanhado nossos artigos já sabe que uma situação financeira saudável é aquela na qual as despesas são menores do que as receitas, com uma margem de pelo menos 10% para o “dízimo pessoal”.

A organização das despesas por grupos de afinidade permite algumas análises mais específicas. Agrupe, por exemplo, todas as contas fixas, aquelas que precisam ser pagas todo mês (aluguel, condomínio, luz, água, TV por assinatura, internet, tarifas bancárias, etc.), o valor encontrado corresponderá ao seu custo fixo.Este ponto é discutível, mas é recomendável que os custos fixos não ultrapassem 50% do valor dos rendimentos mensais. Custos fixos acima desse limite costumam indicarincompatibilidade entre o estilo de vida adotado e padrão de renda real do indivíduo.

Se esse for o seu caso, é altamente recomendável que você reavalie o seu estilo de vida. Essa é a melhor forma de prevenir desequilíbrios financeiros e sair “do fio da navalha”. Não há muito que dizer aqui, existem somente duas maneiras para adequar os custos fixos aos padrões reais de renda: aumentar rendimentos ou reduzir custos fixos. Contudo, em momentos de crise econômica a segunda opção costuma ser a mais viável uma vez que a conjuntura econômica torna difícil a obtenção de salários mais altos ou de um segundo emprego. Pode ser uma boa ideia alterar seu plano de internet, esforçar-se para economizar energia elétrica e até mesmo solicitar o cancelamento da TV por assinatura. Se o desequilíbrio for muito alto algumas atitudes mais drásticas podem ser necessárias como, por exemplo, a mudança para uma residência mais modesta nos casos em que se mora de aluguel.

Por outro lado, a diferença entre os gastos fixos e o total das despesas constituio grupo das despesas variáveis. São variáveis por permitirem maiores adaptações e por não ocorrem necessariamente todos os meses. Nesse grupo entram as despesas com supermercado, alimentação em geral, transporte, combustíveis, roupas, remédios, etc. É nesse grupo que você deve promover “a poda maior”. Para tanto, algumas ferramentas úteis são o consumo consciente, o planejamento e a “fuga das despesas supérfluas”.

Um exemplo clássico de despesas supérfluas são os famosos lanchinhos e cafezinhos fora de casa. São despesas miúdas, que não aparecem no dia-a-dia, mas que quando somadas respondem por parte significativa das despesas totais. Se, por hipótese,ao término do mês você verificar que suas despesas supérfluas ficaram ao redor de 7%, perceberá facilmente que a simples eliminação deste grupo de despesas, combinada com alguns ajustes marginais já liberará os recursos necessários para o seu “dízimo pessoal”.

4º passo – Estabeleça metas!

A esta altura você já terá o diagnóstico de sua situação financeira. O último passo é definir quais pontos do seu orçamento são passíveis de adaptação e estabelecer metas de ajuste. Proponha-se, por exemplo, a fixar seus gastos fixos em 50% das suas despesas mensais e estabeleçauma quantidade de meses ao término dos quais você deverá ter sido capaz de implementaros devidos ajustes. Não queira “cortar” tudo de uma vez, vá devagar, acertando mês a mês o seu orçamento. Com o tempo, se tornará um processo natural.

Outro bom objetivo é tentar criar uma de “gordura”, ao redor de 5%, que servirá para cobrir pequenos imprevistos. Este mecanismo dará mais solidez às suas finanças e evitará que a coisa “desande” por qualquer coisa.No cenário ideal, você chegará ao fim do mês sem que tenha sido necessário “queimar” essa gordura. Nesse caso, poderá utilizar esse dinheiro para comprar algo que queira ou para presentear alguém. Agora, bem entendido, essa deve ser uma “defesa” a mais, para além dos 10% destinados à poupança mensal.

Nessa mesma linha, é interessante que você pense em maneiras de premiar o seu esforço. A cada meta intermediária alcançada permita-se um “mimo” como prêmio pelo esforço e disciplina, pode ser algo simples, desde que lhe proporcione grande satisfação. Essa “recompensa” te ajudará a manter a motivação.

Cabe frisar que é de suma importância que você repita esse processo, de registrar, organizar e analisar as despesas, todos os meses. É essa repetição que permitirá a organização e o aperfeiçoamento contínuo de seu orçamento pessoal. Além do mais, essehábito contribuirá muito para o seu autoconhecimento, o que é fundamental para a consolidação de uma vida financeiramente saudável ao longo do tempo.

Com um pouco de dedicação e disciplina para iniciar, em curto espaço de tempo o dinheiro começará a sobrar no fim do mês, dando a você a possibilidade de planejar e programar a realização dealguns sonhos, mas esse já é assunto para outro artigo.

É isso, espero que essas dicas sejam uteis para vocês. Um abraço e boa sorte!

 

LUIZ FERNANDO ALVES ROSA

Economista / Técnico DIEESE

Subseção Federação da Saúde SP

 
 
Sindicato da Saúde Jaú e Região
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