O mais recente boletim “Emprego em Pauta”, do Dieese, traz boas notícias para o jovem trabalhador. A manchete do informativo sintetiza com clareza: “Número de jovens sem trabalho e estudo é o menor em 10 anos”.
O levantamento, que leva em conta dados da PNAD do IBGE, mostra que a taxa de desocupação do jovem caiu para 10,2% – menor nível da série histórica. No segundo trimestre de 2020, a taxa de desocupação chegou a 24,4%.
A baixa renda é problema persistente. Entre os jovens (14 a 29 anos), 57% ganham mais de um salário mínimo; e 43%, até um salário mínimo. Entre os não-jovens, 70% recebem mais de um salário mínimo; e 30%, até um salário mínimo.
No segundo trimestre deste ano, “17,9% dos jovens entre 14 e 29 anos estavam sem estudar e também fora do mercado de trabalho”. A taxa, apurada na PNAD do IBGE, é a menor dos últimos 10 anos.
Para Gustavo Monteiro, a situação do jovem reflete a condição geral do País. Ele diz: “Na medida em que o mercado de trabalho está aquecido, isso se reflete também na condição do jovem trabalhador”. Mas a posição social da pessoa influi nos níveis de contratação e salarial. “Jovem de família com maior poder aquisitivo tende a se empregar mais e a ter renda maior”, diz Gustavo.
As políticas públicas também influem nos dados relativos ao jovem trabalhador. Mas Gustavo observa que o programa “Pé-de-Meia” – voltado para jovens pobres no ensino médio público – ainda é recente para se medir os seus resultados quanto ao mercado de trabalho. O economista do Dieese também vê o mercado de trabalho mais aberto para o jovem do que era no passado.